sexta-feira, 11 de setembro de 2009

IX

- E você dormiu com ela?
Não respondi. A resposta era obvia. Percebi que ela não aprovou. Ela apertou o passo ainda mais e tomou distância de mim. Uma retaliação esportiva, claro. Mas eu também pedalei forte e a alcancei. Gritei:
- Não tive ação. O que eu iria fazer?
Ela pedalou mais forte ainda. Normalmente ele não andava tão distante de mim. Obviamente ela zombava do meu estado pós-noite de aventuras. As duas garrafas de vinho que havíamos tomado noite adentro deixavam minha boca seca. E diminuíam minha capacidade física.

Dormi pouco, admito. Depois de conversarmos um pouco e tomarmos o vinho, fomos conhecer nossos corpos. Eu não a via a tanto tempo que mal lembrava do brilho dos seus olhos. Pela madrugada ela dormiu profundamente. Eu a abraçava e logo adormeci também. Acordei com o seu corpo se mexendo e desconfortavelmente não mais dormi. Amanheci sentada no chão contemplando seu corpo de bruços em minha cama.
- Demorou pra me alcançar, hein?
- Não faz assim Julia. Se você a visse, iria me entender.
- Bruna, eu jamais dormiria de novo com alguém que me deixou na mão uma vez.
E mais uma vez ela tomou distancia.
Minhas pernas doíam.



4 comentários:

Anônimo disse...

Dra.:

Recaídas são mesmo doloridas em muitos sentidos diferentes.Tem algo sarcástico e bem pontuado no texto, muito bom como sempre.Beijos.

Laila Braga Barbosa disse...

Ora, ora... Voltando ao passado, reconhecendo corpos... Muito bom...

   disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
   disse...

Doutora.

Adoro seu blog.

Escrevi um livro, e queria muito sua opinião.

Não quero ocupar seu tempo. Mas, será um grande prazer.

Como posso enviar em pdf para vc?

pablo.torrens@hotmail.com

abraços.