Encontravam-se sempre as quintas-feiras, depois do trabalho. Comiam qualquer coisa e tomavam banho por lá mesmo. Mas de uma coisa ela nunca se esquecia: de pedir para a outra estar maravilhosa. Os encontros duravam a noite toda. Despediam-se ao amanhecer em algum ponto da cidade. Conheceram-se assim também, em algum ponto da cidade.
Mas naquelas noites maravilhosas certos tabus nunca eram quebrados; certos silêncios nunca ultrapassados. O limite havia sido estabelecido pelo não falar, pelo não agir. Havia um certo não limite na sua delimitação que o conduzia ao total limite.
Certa noite, após amá-la com todo seu coração, ela achou que era a hora de quebrar o silêncio. Deitada na cama ela contemplava a outra, deitada de bruços com as coxas cobertas pelo lençol. Disse ela que deveriam se casar. E se calou. A outra não se mexeu. Um músculo sequer. Parecia mesmo não tê-la ouvido. Sua súplica era verdadeira. Talvez seu desejo não tenha sido expressado muito bem. Ela repetiu novamente que deveriam se casar. Que não sabia mais o que fazer. Que pensava na outra dia e noite. Que queria possuir seu corpo, sua vida, seu ar muito mais do que aquilo. Tão efêmero, pensou. Tão aguardado. É um pedido, ela disse. Devo publicar no jornal, pensou?
Finalmente os lençóis se mexeram. A outra contemplou seus olhos. Não os olhou profundamente. Em silencio, desviou os olhos. A barreira foi ultrapassada. O céu é o limite.
Mas naquelas noites maravilhosas certos tabus nunca eram quebrados; certos silêncios nunca ultrapassados. O limite havia sido estabelecido pelo não falar, pelo não agir. Havia um certo não limite na sua delimitação que o conduzia ao total limite.
Certa noite, após amá-la com todo seu coração, ela achou que era a hora de quebrar o silêncio. Deitada na cama ela contemplava a outra, deitada de bruços com as coxas cobertas pelo lençol. Disse ela que deveriam se casar. E se calou. A outra não se mexeu. Um músculo sequer. Parecia mesmo não tê-la ouvido. Sua súplica era verdadeira. Talvez seu desejo não tenha sido expressado muito bem. Ela repetiu novamente que deveriam se casar. Que não sabia mais o que fazer. Que pensava na outra dia e noite. Que queria possuir seu corpo, sua vida, seu ar muito mais do que aquilo. Tão efêmero, pensou. Tão aguardado. É um pedido, ela disse. Devo publicar no jornal, pensou?
Finalmente os lençóis se mexeram. A outra contemplou seus olhos. Não os olhou profundamente. Em silencio, desviou os olhos. A barreira foi ultrapassada. O céu é o limite.
