quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Lustres.

Eu sempre a ajudava. Desta vez eram os lustres. Ela queria alguém para instalar os benditos lustres.

Era sábado de tardezinha e passei na casa dela. Era um novo endereço. Novos ares, ela me disse. O céu preparava uma bela tempestade e eu me preparava para vê-la. Mãos naturalmente suadas. Corpo enrijecido.

Pendurada no alto da escada e com o auxilio de uma lanterna eu a ouvia. Ela falava de um problema especifico do trabalho que eu mal ouvia. Mas eu a amava. Amarrei os fios, pendurei o lustre. Deus, como era lindo. Não, não era o lustre. Era a composição da silhueta dela contra a claridade do lado de fora da janela.

Ela me procurava sempre quando eu estava solteira. E às vezes quando eu estava acompanhada. Sabia como me seduzir e sabia que eu iria aceitar. Eu certamente a amava. Mesmo com toda aquela cretinice eu a amava.

Noites seguidas eu sonhava com seu corpo. Noite seguidas eu sonhava em beijar seus lábios. Mas era de manhã e eles desapareciam. Assim como seu corpo escapava de mim lentamente depois que fazíamos sexo e ela ia embora.

Seus olhos eram penetrantes e me guiavam. Curtíamos os momentos mais agradáveis de minha vida, enquanto eu a amava e me arrependia de estar sempre de guarda baixa quando ela se aproximava. Sua pele macia se enroscava na minha e passávamos a noite acordadas beijando nossos corpos, conversando, fazendo sexo.

Deus, o que dizer?