terça-feira, 28 de julho de 2009

22


22

Tenho quase certeza de que te vi ontem. Passaste rápido, quase correndo. Não sei aonde irias ou atrás de quem irias. Isto pesou no meu dia.

Invariavelmente voltei ao passado. Voltei as curvas do teu corpo e ao teu delicioso sorriso. Voltei ainda as quentes noites de verão quando, na sacada, deitávamos bebendo qualquer coisa refrescante e contemplávamos as luzes da cidade. E depois fazíamos amor.

Mas o dia estava frio. O vento percorria minha alma enquanto eu esperava ali quando te vi. Há quanto tempo mesmo havíamos nos despedido? Havíamos mesmo? Um pequeno som de tristeza percorreu minha alma. E em breve me lembrei daquela doce melodia triste que tu tanto gostavas. E tu insistias para que eu a tocasse. E desde então eu nunca mais a toquei. Como era ela mesmo?

5 comentários:

Anônimo disse...

É estranho como esquecemos e ao mesmo tempo revelador.Nossa vida parece um sonho as vezes,não é tátil,sei lá.Beijo grande e um excelente final de semana!

Vai Gina disse...

Tristeza, esperança... Ah... Assim a Gina se emociona.

Um beijo da Gina.

Anônimo disse...

Querida Dra.:

Obrigada por suas palavras no meu blog.É sempre bom saber que agradamos. Beijos e um excelente final de semana!

tate disse...

quanto ao coração partido, eu nunca esqueci a música dela.
e quanto a seu comentário na minha coluna, acho uma ingenuidade perversa você, que é educadora, achar que cotas sociais bastam. cotas sócio-econômicas já estão sendo adotadas em muitas das universidades que usam as étnico-raciais. eu também acho que o problema tá na educação de base: os índices de evasão entre crianças negras são muito maiores que entre crianças brancas. por que isso acontece? porque a escola é racista. várias pesquisas, de 10 anos pra cá, mostram como o que agora chama-se de 'bullying', psicologizando certas condutas, é racismo, é homofobia, é gordofobia... várias outras apontam como as/os professorxs dão menos atenção, menos afeto e menos turnos de fala às crianças negras: não abraçam elas como abraçam as brancas, não dão a palavra como dão às brancas, não ficam do lado delas quando são açoitadas pelo racismo, não pegam no cabelo delas como pegam no das brancas, acusam as negras de serem mais fedidas que as brancas... isso tem sido publicado, inclusive, em revistas de educação de ampla circulação comercial - o que significa que tá sendo legitimado, e não tratado como histeria de um gueto que quer dizer que "a culpa de tudo é do racismo".
aproveita que você tem um gás de enfrentar situações de disparidade social e inclui a luta contra o racismo na sua lista. fingir que ele não existe e que resolver "pela base" não vai fazer ele parar de existir.
abraço,
tate

Laila Braga Barbosa disse...

tempos que não venho aqui... e pelo que vejo, não sou só eu neh?! =D