terça-feira, 14 de outubro de 2008

No Coletivo.

A primeira coisa que vi quando ela passou na catraca foram os sapatos. Que sapatos. Uma mulher para usar sapatos como aqueles deveria ser muito original. E ela logo sentou ali, pertinho de mim, de modo que eu a podia ver enquanto olhava despreocupadamente para o lado como se não quisesse vê-la. Mas eu queria.

A segunda coisa que notei foi sua boca. Linda. Minha vontade instintiva era de pular do banco e agarrar aquela boca com meus dentes e língua e percorre-la centímetro por centímetro. Lábios grandes e bem desenhados faziam um belo conjunto com os sapatos. Ah, os sapatos...

Por minutos me distraí. Ao invés de ter pensamentos levianos sobre a vida me encarreguei de pensar o ato de amor. Sim, poderia amá-la eternamente beijando o meio de suas pernas, seguindo por seus seios e terminando em seus lábios. Poderia recomeçar por sua nuca, descendo suas costas até as pernas e conheceria os pés que andam naqueles sapatos. Talvez o melhor seria conhecer não só os pés e o corpo que andava com aqueles sapatos e tinha aqueles lábios. Provavelmente me apaixonaria pela mente que anda de sapatos tão originais que me identifiquei e me apaixonei por ela em um segundo.

E ela me olhou. De cima a baixo como a olhei. Juro que poderia sentir seu perfume e seu calor. Não resisti e disse "que belos sapatos". Ela sorriu e deu uma piscadinha. Mas lá foi ela embora e me consolei com a promessa de encontra-la mais uma vez.

2 comentários:

Luana disse...

Nossa, adorei esse texto! Me lembrou muito uma comunidade do orkut chamada 'Amores breves de metrô', que fala exatamente dessas pessoas que encontramos sem mais nem menos e que nos fazem perder a noção de tudo por alguns deliciosos minutos.
Muito bacana!

Anônimo disse...

Tb adoro sapatos! E consigo identificar características das pessoas pelo sapato. Dá até pra imaginar se fariam sexo selvagem ou não. Adoro! Adorei seu blog